segunda-feira, 10 de outubro de 2016

Neste texto pretendo falar sobre as diversas facetas da afirmação do mal como algo onipotente e extremamente poderoso, e contra o qual a luta é muito árdua e difícil. Pois bem. Para a existência do bem deve haver a existência do mal? Ou melhor, o mal deve ser afirmado pelo bem para manter a sua existência?
O desenvolvimento arquetípico do diabo está ligado à afirmação do mal como algo externo ao homem, como algo que não consta no divino, contrário à noção de bem.
Sendo assim, estava aqui pensando, enquanto leio " O diabo no imaginário cristão", de Nogueira, imaginei algo. E se não existisse o conceito de bem ou mal?
Se o mundo fosse todo no meio. Equilibrado. Sem contra-pesos, sem oposição, sem diferenças, sem, portanto, preconceitos, sem violência, sem julgamentos, sem desejo( será?), na extrema harmonia.
Tedioso?
Vamos imaginar a cena:
As pessoas não se preocupariam em fazer algum pecado. Pois o mesmo não existe. Também não iriam querer nada daquilo que excedesse as suas possibilidades, pois se não existe bem e mal, também não existe sim e não, também não existe contrário, e assim, não existe escuro e nem claro, não existe paraíso e nem inferno, chegamos ao que podemos,( será? )ousar dizer que teríamos o mundo do nada.
Mas e não é justamente isso que buscamos?
E se o nada existisse, ainda seria nada em sua existência. Essa vale uma busca. A verdadeira busca. Da dúvida, da questão inicial, de tudo aquilo que perturba nosso pensamento de existência humana e terrestre, e não terrestre, e universal. NADA. É a resposta.
Então, voltando ao mundo do equilíbrio, seria esse o mundo do nada?
Equilíbrio total e completo. Com tudo o que há de harmonia incluso, Não há bondade e nem maldade, não há verdade e nem mentira. Naõ existe certo e errado. Não existe contraste, não existe trevas e também não existe luz, ou só existe luz, ou só trevas, ou o que quer que seja o nada. Que não é nada daquilo que pensamos, ou melhor é nada daquilo que pensamos, ou, não há antítese e nem não e nem nem. E muitas palavras não existiriam. Cabe lembrar que aqui devo usar a antítese para explicar a ausência. Mas também pensando. Se há tudo, há nada. Então se há tudo em equilíbrio, o nada, aí deve existir. Mas se não há antítese, existiria a realidade?
Porque sem contraste nada se define, tudo é uma coisa só.
Seria essa a verdade do universo e será que é para isso que estamos aqui na Terra?
Para experimentarmos exatamente o oposto do caminho do nada, de onde, quem sabe viemos.
Sendo assim.
O constructo do mal fundamenta o pensamento de bem existente em nossa cultura mundial. Sem existência do mal, o  bem existiria, ou já não seria bem, seria o que é?
Será que estamos a caminho do nada ?
Ou esse caminho de dualidade não é meio ilusório não?

Há milênios a humanidade tem tentado encontrá-lo, mas até agora deixou apenas alguns vestígios, em forma de misteriosos enigmas, que talvez somente os mais sábios alquimistas poderiam decifrar. Procura-se o nada.

Há uma descrição breve dele em uma música infantil, indicando que talvez as crianças saibam de seu paradeiro. Como diria na música:
Era uma casa
Muito engraçada
Não tinha teto
Não tinha nada
Ninguém podia
Entrar nela,não
Porque na casa
Não tinha chão

Ninguém podia
Dormir na rede
Porque na casa
Não tinha parede
Ninguém podia
Fazer pipi
Porque penico
Não tinha ali

Mas era feita
Com muito esmero
Na Rua dos Bobos
Número Zero

Mais ou menos assim seriam as casas no mundo que encontra o nada...Só pra ter uma idéia..
Me faz rir é claro, mas como ninguém conhece o verdadeiro nada, o nada mesmo, aquele que é nadinha de nada...vai saber, não é?




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